O nosso texto é a sequência do episódio anterior; é a
ampliação da resposta de Jesus à objeção dos judeus. Jesus fundamenta seu agir
misericordioso, em dia de sábado, no trabalho incessante e ininterrupto do Pai.
O Pai trabalha sempre em favor de toda a humanidade. A missão de Jesus é
expressão de sua profunda união com o Pai. A Comunhão com o Pai faz com que o
Filho faça a obra de quem o enviou. A afirmação do v. 17 encontra apoio em Dt
5,12-15, em que não se diz que Deus descansa, mas que o homem deve repousar
para poder fazer memória de como Deus libertou o seu povo da “casa da
servidão”. Essa memória exige tornar presente, sobretudo no dia de sábado, a
mesma ação de Deus que libertou o seu povo da escravidão. O texto nos oferece,
ainda, o motivo da condenação à morte de Jesus: violação do sábado e blasfêmia,
fazer-se igual a Deus. A “posse” da vida eterna se dá por uma dupla atitude: escuta
da palavra de Jesus e fé no Pai que o enviou. Daí que a vida eterna não é algo
prometido para além da morte, mas uma realidade a ser vivida enquanto se é
peregrino neste mundo.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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