Estamos praticamente às portas da Semana Santa; no próximo
domingo, o domingo de Ramos e da paixão do Senhor, entraremos na Semana Santa.
O Evangelho desse quinto domingo da Quaresma é uma catequese sobre a
ressurreição. Situado no livro dos sinais, nosso relato é o sétimo e último
sinal que Jesus realiza. Não nos esqueçamos de que a finalidade dos sinais é
conduzir os discípulos, o leitor do evangelho, nós todos à fé em Jesus Cristo.
Dizer que se trata do sétimo sinal significa que ele é o maior de todos os
sinais, a plenitude dos sinais. Com esse relato, o autor do evangelho prepara o
leitor para entrar com esperança nos relatos da paixão, morte e ressurreição de
Jesus.
Estar longe de Jerusalém, lugar da habitação de Deus, era
como estar morto, como perder o sopro de Deus. Por essa razão, Ezequiel utiliza
a metáfora da abertura das sepulturas. A distância de Deus fazia o povo
experimentar a falta da vida. Por isso, o texto termina com a promessa do sopro
de Deus que faz viver.
O sopro de Deus faz viver para além da morte. No centro do
texto do evangelho de hoje está a afirmação de Jesus a Marta: “Eu sou a
ressurreição e a vida […]”. É pela fé que se participa dessa vida nova,
transfigurada. A pergunta que provoca e desafia a fé de Marta e a nossa fé é a
seguinte: “Crês nisto?” Marta responde afirmativamente, pois ela é no relato
símbolo do discípulo perfeito que põe a sua confiança no Senhor. Diante da
morte há duas atitudes possíveis, representadas por Marta e sua irmã Maria:
ficar prisioneiro do círculo da morte e do luto (Maria) ou romper com esse
círculo pela adesão ao Senhor da vida. Quando Marta ouviu dizer que Jesus
estava próximo, saiu correndo ao seu encontro; Maria, no entanto, permaneceu em
casa, sentada, mergulhada no luto e na tristeza. A presença do Senhor faz
surgir a esperança. Marta que crê na ressurreição de Cristo, na vida que ele
dá, será para sua irmã Maria mensageira de um chamado do Senhor que a faz sair
do mundo da morte para estar diante daquele que é o Senhor da vida. Para a
nossa reflexão, a pergunta que se nos impõe a partir do relato é a seguinte:
com qual das duas irmãs você, neste momento, se identifica? Você é portador de
que mensagem? Você se identifica com Marta, que rompe o círculo da morte e
deposita sua confiança no Senhor, que dele recebe a luz, a vida verdadeira, ou
você se identifica com Maria, prisioneira do luto, da morte e da falta de fé?
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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