O contexto é o da última ceia, no meio da qual Jesus lava os
pés dos seus discípulos. A observação sobre o estado interior de Jesus faz
referência às suas palavras que denunciam a incompreensão dos discípulos e a
predição da traição por parte de um deles. Todos os discípulos são postos sob
suspeita, ou melhor, a traição é uma tentação que diz respeito a todos, em
princípio. A traição de Judas é obra de satanás. Não se deve entender, aqui,
satanás como um ente pessoal, mas como uma realidade que existe na pessoa
humana. Toda traição é fruto do mal que, enigmaticamente, habita o coração do
ser humano; pode ser movida pela frustração, pela ambição, pelo medo, por um
desvio de caráter, entre outros motivos. Não é diferente para Simão Pedro, pois
negação é traição; sua reação primária não se confirmará durante a paixão. Há
para ele, como para todos os discípulos, um longo caminho a ser percorrido para
o amadurecimento da fé e para uma adesão incondicional à pessoa de Jesus. Será
preciso uma verdadeira “metanoia” para que, de fato, eles possam dar a sua vida
por Jesus.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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