O texto do evangelho de hoje é o início de um longo diálogo
de Jesus com Nicodemos, diálogo que poderíamos caracterizar como
catequético-batismal. Nicodemos é fariseu e vê Jesus simplesmente como Mestre,
como um homem de Deus. Ele partilha com os do seu grupo a dependência dos
sinais para chegar à fé. Para os fariseus “sinal” é uma obra extraordinária,
sobrenatural, espetacular, a exemplo do que satanás sugeria a Jesus ao propor
que ele saltasse do pináculo do Templo (Mt 4,5-7; Lc 4,9-12). Nicodemos, que
gozava de prestígio entre os fariseus (v. 1), vai procurar Jesus à noite por
medo do juízo dos seus pares ou, então, porque o seu modo de viver a religião
não realiza as obras de Deus (cf. Jo 9,4). Jesus propõe a Nicodemos uma mudança
radical: nascer de novo (v. 3.7), isto é, “nascer da água e do Espírito” (v.
5). Nicodemos não compreende, pois está ligado ao que é puramente terrestre, e
discorre no plano da razão humana. É ao Batismo que Jesus se refere. Pelo
Batismo se nasce para a luz, para o alto, para o que é propriamente de Deus. O
Batismo gera a fé em Cristo, enviado do Pai para dar vida ao mundo.
Fonte Carlos Albero Contieri,
sj - Paulinas
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