Não há situação humana em que o Senhor não se faça presente.
Talvez as situações de frustração sejam as mais difíceis, as que impeçam de
reconhecer que o Senhor está presente. Parece ser bem o caso no relato dos
discípulos de Emaús. A tristeza e a frustração aparecem nos olhos. O olhar,
segundo o ditado popular, diz mais do que mil palavras. De uma profunda
tristeza e frustração eles passam à alegria e ao anúncio do Ressuscitado. Mas o
que permitiu essa transformação na vida daqueles dois discípulos, um dos quais
anônimo? A presença do Senhor ressuscitado que se põe a caminho com eles e os
faz percorrerem um caminho muito mais longo do aquele que separa Jerusalém de
Emaús: o caminho através das Escrituras. É desse fato que – depois que o Senhor
partiu o pão e deu a eles – vão se recordar. O caminho através das Escrituras
preparou os discípulos para abrirem os olhos do reconhecimento no partir do
pão. O mesmo acontece na celebração da Eucaristia: sem reconhecer o Senhor
presente na sua palavra, não é possível reconhecê-lo nas espécies do pão e do
vinho. Desvincular a palavra da fração do pão é correr o risco de cair no puro
devocionismo.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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