Os evangelhos sinóticos e João coincidem ao afirmar que
Jesus foi, se não em todo o período de sua vida pública, em boa parte dela,
perseguido e sua vida, ameaçada, e que era pública a intenção de matá-lo; e, ao
menos em determinadas circunstâncias, como o relato de hoje nos permite
concluir, Jesus não andava com os seus discípulos. O relato é, ainda, ocasião
de o leitor compreender a mentalidade equivocada acerca do Messias: para um bom
número de judeus o Messias não teria origem humana. Pensando conhecer a origem
de Jesus, esses anônimos do versículo 25 se equivocam, ignoram os desígnios de
Deus e se esquecem de que Deus é surpreendente. O ensinamento de Jesus no
Templo revela com uma fina ironia a ignorância deles. A verdadeira origem de
Jesus é divina. O hermetismo no qual estão enredados lhes impediu, inclusive,
de conhecer verdadeiramente Deus e o seu desígnio. Essa crítica revela a
verdadeira razão da ignorância deles: não chegaram, de fato, a conhecer Deus. A
oposição passional, diga-se irracional, leva os adversários de Jesus a querer
prendê-lo. Descoberto, o mal mostra toda a sua armadilha maléfica. Mas a
história relida à luz do mistério de Cristo mostra que o desígnio de Deus tem o
seu dinamismo e tempo próprios.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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