Depois do episódio dos pães, em que a multidão comeu à saciedade,
e ante a tentativa de proclamá-lo rei, Jesus se retira, sozinho, ao monte (Jo
6,15). Jesus rejeita terminantemente qualquer tentativa de compreender ou
reduzir a sua missão a uma dimensão estritamente político-social (cf. Mt 4,3-4;
Lc 4,3-4). Por isso, se recolhe ao monte para rezar. À multidão que o procura
insistentemente, Jesus declara o equívoco dela: não o procura porque o que ele
faz remete ao mistério de Deus; procuram-no somente para satisfazer suas
necessidades corporais (v. 26). No entanto, a vida do ser humano não se reduz
ao bem material. O alimento que o Senhor oferece é de outra natureza, não
perecível e que introduz na vida eterna. Mais adiante, Jesus afirmará que o pão
que dá a vida é ele mesmo (Jo 6,48). Mas, para receber esse alimento, é preciso
crer em Jesus, enviado do Pai. É pela fé em Jesus que se recebe esse alimento
de vida eterna. A “obra de Deus”, o fazer exigido, é crer em Jesus, “imagem do
Deus invisível”. Ademais, é preciso procurar o Senhor pelo Senhor, e não por
aquilo que nos possa dar. Essa gratuidade se impõe a quem queira ser sustentado
pelo “pão descido do céu".
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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