O relato dos pães precede o longo discurso do “pão da vida”
(Jo 6,35-58). Encontramos esse relato também na tradição sinótica (Mt 14,13-21;
Mc 6,30-44; Lc 9,10-17). A multidão é atraída a Jesus pelos sinais que ele
fazia em favor dos doentes. Para o evangelista, o que Jesus fazia em favor dos
enfermos é “sinal”, mas não é o caso para a multidão. Basta nos remetermos à
crítica que Jesus faz aos que o procuravam, depois do acontecimento dos pães
(cf. Jo 6,26). Por sua própria natureza, o sinal é ambíguo; precisa ser
compreendido e discernido para que remeta a pessoa à realidade para a qual ele
aponta. A evocação da Páscoa dos judeus (v. 4) é importante, uma vez que ela
nos faz ler e compreender o relato à luz da Páscoa de Jesus Cristo, em que Deus
selou uma Aliança definitiva com o seu povo. A pergunta posta por Jesus a
Filipe é para testá-lo (vv. 5-6). Lido à luz da Páscoa do Senhor, o relato põe
implicitamente para o leitor outra questão: Qual é o verdadeiro alimento do
povo que o Cristo atrai e reúne? A resposta será exaustivamente explicitada no
discurso do pão da vida.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário