O evangelho de hoje é a seqüência do relato dos discípulos
de Emaús. A comunicação espiritual da experiência do Ressuscitado é ocasião em
que o próprio Senhor se faz presente (cf. v. 36). Mas sua presença não é
evidente a todos e nas mesmas circunstâncias (cf. v. 37). A presença do
Ressuscitado não é desvario ou ilusão; ela é real. A experiência que faz sentir
uma alegria que perdura para além de um momento aprazível é o modo de conhecer
que o Senhor está presente. Nosso texto de hoje afirma uma identidade
diferenciada: o Crucificado é o Ressuscitado. Essa é a mensagem contida no
convite a olhar as mãos e os pés que trazem a marca da crucifixão. Embora o seu
corpo traga as marcas de sua paixão, trata-se de um corpo glorioso para o qual
não há lugar onde não possa estar. É um modo de presença que ultrapassa os
limites do visível e do imediatamente perceptível. Exige fé. A vida, paixão
morte e ressurreição de Jesus Cristo são indissociáveis. A presença do
Ressuscitado aguça a memória, convida a reler a história e oferece a
hermenêutica que possibilita compreender, na sua finalidade, as Escrituras.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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