Com esse trecho entramos na segunda parte do evangelho
segundo João, denominada “livro da glória”. A ambientação é os dias que
antecedem a Páscoa dos judeus, e o contexto é o da paixão de Jesus. Estamos,
segundo o relato, nos últimos seis dias da vida terrestre de Jesus. Lázaro,
Marta e Maria são amigos de Jesus; é na casa deles que Jesus para antes de
entrar para a sua paixão e morte em Jerusalém. A acolhida, o serviço e o amor
dispensados a Jesus naquela casa são traços característicos e indissociáveis da
comunidade cristã (cf. Ct 1,12; 7,6). A refeição na casa dos amigos é sinal de
comunhão, e a evocação do episódio de Lázaro indica que se trata, também, da
alegria da vida recebida como dom. A unção, Jesus mesmo a interpreta como uma
antecipação de sua sepultura. Judas é o personagem que entra na história como
contraste de todo o acima dito. É tratado negativa e duramente pelo narrador
como sendo traidor e ladrão. Mas há um outro traço de Judas: ele é incapaz de
reconhecer e acolher um gesto de pura gratuidade. Quem não é capaz de gestos de
gratuidade não é, igualmente, capaz de amar; quem não é capaz de verdadeiro
amor não busca senão o seu próprio interesse, abrindo, assim, a possibilidade
de trair, inclusive, o Senhor da vida.
Fonte Paulinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário